Localizado na divisa de Goiás e Tocantins e a 75 quilômetros da cidade de Cavalcante-GO, o Complexo do Canjica é um dos lugares mais incríveis da Chapada dos Veadeiros.
O Complexo do Canjica conta com 5 atrativos principais: Poço das Pedras, Poço das Águas Lindas, Cânion das Águas Lindas, piscina de borda infinita e Cachoeira do Canjica. Além dessas atrações, o complexo também possui muitas piscinas naturais, formações geológicas, cavernas e mirantes de tirar o fôlego.
Quer mais um bom motivo para visitar o local? A água do Complexo do Canjica tem uma temperatura bem agradável e não é congelante como as outras cachoeiras da Chapada dos Veadeiros.
O custo do ingresso para visitar o Complexo do Canjica é de R$50 por pessoa, devendo ser pago em dinheiro, no momento de acessar o complexo.
É importante lembrar que é obrigatório e imprescindível a contratação de um guia para visitar o local. Além de ser responsável por conduzir o grupo e prover sua segurança, o guia também fornece valiosas informações sobre o atrativo e região.
O guia pode ser contratado no Centro de Atendimento ao Turista de Alto Paraíso, São Jorge ou Cavalcante. Entretanto, recomendo buscar referências do guia antes de agendar o passeio.
Sabendo disso, contratamos a Nilcia (@nilcia_guiakalunga) que é Geógrafa, Quilombola, Kalunga e possui vasto conhecimento sobre todos os atrativos da região. O custo do guia gira em torno de R$250, mas o valor pode variar a depender do número de pessoas por grupo. Se pretende economizar, avalie dividir o custo do guia com outros visitantes.
Para chegar até o Complexo do Canjica partindo de Cavalcante, é necessário percorrer aproximadamente 75 quilômetros em estrada de terra. A qualidade da estrada vai depender da época do ano que sua viagem vai ocorrer.
Visitamos o Complexo do Canjica em junho e a estrada havia sido recentemente reformada, então, não encontramos dificuldades para chegar ao atrativo. Apesar de estarmos em uma camionete 4×4, muitas pessoas foram de carro a passeio e chegaram sem perrengue.
Entretanto, é preciso estar atento ao trajeto, pois a depender do período do ano a estrada pode estar escorregadia (período chuvoso) ou com muita poeira (período da seca), o que dificulta a visibilidade. Lembre-se de manter uma velocidade segura pois há muitas pontes de madeira sem sinalização, além de curvas fechadas com pouca visibilidade.
Por ser um atrativo distante, uma das possibilidades é pernoitar no quintal do Seu Altinho, proprietário do complexo. O pernoite é acampado e será necessário levar todo o equipamento de camping. Por não ter energia elétrica, o banho é frio, não tem Wi-Fi ou sinal de celular.
Tendo em vista que o Prata e Canjica estão muito próximos, se pretende conhecer os dois atrativos na mesma viagem, avalie a possibilidade de pernoitar no Canjica.
Na entrada da propriedade você vai encontrar um amplo estacionamento, que já está incluso no valor do ingresso. A chegada no estacionamento marca o início da trilha de 10 quilômetros (ida e volta), sendo considerada de nível intermediário.
A trilha nos permite um amplo contato com a natureza e o bioma Cerrado, sendo que parte dela é exposta ao sol e parte coberta por vegetação. Como o passeio dura um dia inteiro, alguns itens são essenciais: roupa leve e confortável, sapato apropriado, chapéu, óculos de sol, filtro solar, água e lanche.
Um excelente investimento que fizemos nessa viagem foram as sapatilhas aquáticas e as toalhas de microfibra. As sapatilhas são super confortáveis e protegem muito os pés ao entrar nos poços e cachoeiras com pedras.
As toalhas de microfibra são de alta absorção, de secagem rápida, além de bem compactas. A Nilcia até me ensinou a fazer um turbante com a minha toalha.
A trilha pode ser feita subindo ou descendo o Cânion das Águas Lindas e nós escolhemos descer o cânion por ser considerado mais fácil. Mas qualquer que seja a direção, todos os atrativos serão visitados.
A primeira parada para se refrescar foi o Poço das Pedras, lugar bem isolado e de difícil acesso, que inicialmente me fez duvidar se valia a pena todo aquele esforço. Para chegar até lá precisei de muito auxílio da minha guia, pois é preciso caminhar sobre várias rochas irregulares.
Mas todo o esforço foi recompensado com um banho refrescante no poço, que forma uma linda piscina natural com água cristalina. Acima do poço, tem uma mini cachoeira com uma queda que me fez sentir em uma banheira com hidromassagem. Depois de um banho revigorante, voltamos para trilha rumo a próxima parada.
Depois de caminhar um bocado em uma trilha praticamente plana, chegamos no Poço das Águas Lindas, que recebe esse nome pois é formado pelo rio das Águas Lindas.
O nome faz jus ao poço, que causa um grande impacto nos visitantes à primeira vista. A água é cristalina, tem uma cor azul esverdeada e é cheia de peixinhos. É tão transparente que temos a falsa impressão que o poço é raso, mas na verdade é bem profundo. Não é preciso muito esforço para enxergar as rochas no fundo do poço. A visibilidade da água é surreal!
Ao final do poço há uma caverna que tem uma cachoeira dentro. Dá para acreditar? Só vendo com os próprios olhos para ter noção do que estou descrevendo.
Se não soubéssemos que as próximas paradas seriam tão incríveis quanto o Poço das Águas Lindas, nem me arriscaria a sair de lá! Depois de muitas fotos nessa parada incrível é hora de partir para o próximo ponto: Cânion das Águas Lindas.
Seguimos descendo o Cânion das Águas Lindas, que nada mais é que um corredor de rochas por onde passa o rio das Águas Lindas. Sem dúvidas, foi o pedacinho mais difícil de todo o percurso. No local há várias rochas dos mais variados tamanhos, onde é preciso um certo malabarismo para passar. Mas fiquem tranquilos… o guia sabe indicar o lugar certo onde pisar.
Mas nem só de perrengue vive um cânion, né?! No percurso você vai encontrar vários poços e quedas para banho com águas azuis esverdeadas, ou verde azuladas. É aquele lugar que você para e pensa: valha minha nossa senhora, não acredito que estou vendo isso!
Ao final do cânion chegamos na famosa piscina de borda infinita. Esta é, sem dúvidas, o ponto alto do passeio. A piscina de borda infinita tem um vista incrível para as montanhas e abaixo dela, tem a imensa queda da cachoeira das Águas Lindas. A queda é tão grande que nosso drone não conseguiu capturar o seu fim.
A piscina em si não é das maiores, mas a paisagem é de outro planeta. Aproveitamos essa parada para fazer muitos registros e contemplar a vista. Depois, recolhemos nossa insignificância perante aquela beleza e seguimos para nossa última parada.
A caminho da nossa última parada questionamos: o que mais falta ver nesse lugar? Será que realmente compensa gastar o resto de nossas energias para ver algo que provavelmente não será tão bonito quanto os anteriores?
Achando que nada mais poderia nos impressionar, eis que chegamos na última parada, a Cachoeira do Canjica. Simplesmente fomos recepcionados com o belo arco-íris que se forma na queda da cachoeira. E acreditem… sempre que o sol reflete na cachoeira, é possível ver e admirar aquele belo arco-íris.
Ao lado da cachoeira tem uma caverna, relativamente grande, que também rende fotos fantásticas.
Não exagerei em nada na minha descrição do Complexo do Canjica. Ela é tudo isso e mais um pouco! Foi, sem dúvidas, o lugar mais incrível que conheci na Chapada dos Veadeiros e valeu a pena cada quilômetro rodado para chegar até lá. Que vocês tenham a oportunidade de experienciar o mesmo que eu!
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